OUTRA ANOMALIAS CONGÉNITAS URETRAIS E PENIANAS
(EX. CURVATURA CONGÉNITA PENIANA, MICROPÉNIS, DIFALIA)
CURVATURA CONGÉNITA DO PÉNIS
A curvatura congénita do pénis não tem uma causa conhecida e tem uma prevalência de 4 a 10%, na ausência de anomalias uretrais. O diagnóstico é clínico através de história médica e sexual. O exame físico revela em erecção um pénis curvo, habitualmente com uma curvatura ventral, podendo excluir-se outras patologias. A erecção peniana é normal, mas pode estar comprometida pela curvatura excessiva. A curvatura congénita peniana é tratada somente por cirurgia, usando os mesmos princípios da doença de Peyronie, exceptuando o fato da cirurgia poder ser realizada em qualquer momento, isto é, não ser necessário qualquer compasso de espera para estabilização da doença. A cirurgia consiste quase que exclusivamente numa plicatura da túnica albugínea, resultando em altas taxas de correção, que variam de 67 a 97%.
MICROPÉNIS
O micropénis consiste num pénis anormalmente pequeno. Um critério frequentemente utilizado para a sua definição é um comprimento do pénis erecto (medição pela face dorsal), pelo menos, 2,5 desvios-padrão inferior à média do comprimento do pénis humano. Esta anomalia é habitualmente diagnosticada pouco tempo após nascimento. Esta designação é utilizada em contexto médico na ausência de outros achados no restante pénis, escroto e períneo, como, por exemplo, hipospádia. A taxa de ocorrência de micropénis é de aproximadamente 0.6%. Das várias situações associadas a micropénis, a maioria delas deve-se a uma baixa produção androgénica pre-natal, tais como anomalias de desenvolvimento testicular (disgenesia testicular), síndrome de Klinifleter, hipoplasia de célula de Leydig, deficiências específicas de síntese de testosterona ou dihidrotestosterona (deficiência de 17,20-lyase, deficiência de 5α-reductase), síndrome de insensibilidade/resistência androgénica, hipofunção hipofisária e outras formas de hipogonadismo congénito. O micropénis pode também estar associado a outros síndromes de malformação congénita, que não envolvem cromossomas sexuais, tais como deficiência congénita de hormona de crescimento ou hipogonadismo hipofisário congénito. Após pesquiza destas situações endócrinas, o micropénis pode ser tratado na infância com injecções de hormonas, tais como gonadotrofina coriónica humana e testosterona.
A maioria dos adolescents entre os 14 e 18 anos de idade enviados por micropénis, não têm, de facto, micropénis. Tais preocupações devem-se habitualmente a uma das seguintes situações: 1) pénis escondido por excessiva gordura suprapúbica; 2) desproporção entre uma grande estatura e um tamanho de pénis pré-púbere; e 3) atraso da puberdade, antecipando-se, no entanto, um bom desenvolvimento futuro.
TRATAMENTO
O tratamento baseia-se em dois pilares:
1) hormonas (ex: testosterona, hormona de crescimento)
2) cirurgia (ex: técnicas de alongamento peniano, faloplastia, cirurgia de atribuição de género/sexo ou cirurgia transsexual).